Agenda econômica do Governo Jair Bolsonaro: O que esperar?
2019-03-18 11:46:14O Sindicato das Sociedades de Fomento Comercial – Factoring do Estado do Rio Grande do Sul (SINFAC RS) recebeu, nesta terça-feira, dia 13 de março, em uma reunião almoço no Dado Bier, o Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Economia da UFRGS, Pesquisador do CNPq e Visiting Professor na Washington and Lee University/EUA, Fernando Ferrari Filho, para falar sobre as expectativas acerca da agenda econômica do Governo Jair Bolsonaro.
O Presidente do SINFAC RS, Dr. Marcio Aguilar, deu as boas-vindas a todos e falou que “apesar da perda da obrigatoriedade da contribuição sindical, nós crescemos neste último ano em quantidade e arrecadação. O avanço na quantidade é porque somamos 116 novos associados nos últimos cinco anos, mantendo uma ordem associativa de 233 associados. Na medida em que no Brasil o sistema começa a minguar, no Rio Grande do Sul conseguimos manter as nossas bases sólidas e isso se deve ao apoio que temos do empresariado, ao grau de conhecimento técnico que as empresas aqui do Sul tem adquirido ao longo da jornada e também ao posicionamento estratégico da entidade em acompanhá-los prestando serviço, dando orientação e atuando na convergência dos vossos interesses”.
Dr. Aguilar agradeceu a presença de todos em especial de algumas autoridades, como, o vereador de Porto Alegre, Felipe Zortéa Camozzato, e o Deputado Estadual, Giuseppe Riesgo, que disse ter gostado de ter visto o setor de perto, pois, entende que “ele é um lubrificante da economia”. Além disso, Riesgo vê como algo muito positivo a aproximação do setor com o meio político, “esses contatos com os setores produtivos são muito importantes, uma vez que trabalho para criar facilidades”.
O Palestrante Ferrari, introduz a sua explanação dizendo que, “em nível nacional, eu diria que a conjuntura se encontra um pouco amarrada no seguinte sentido: a agenda econômica do governo depende fundamentalmente de reformas estruturais, a Reforma Previdenciária que está na ordem do dia e a questão da Reforma Tributária que não está na ordem do dia, mas faz parte da agenda econômica do Ministro Paulo Guedes e as questões das privatizações. Eu acho pouco provável que você consiga implementar essas reformas em um curto espaço de tempo, porque são reformas que dependem fundamentalmente de uma maioria absoluta no Congresso Nacional. E, o Congresso acaba defendendo, indo ao encontro de interesses particulares, principalmente daqueles que elegeram os congressistas, ou seja, interesses particulares da indústria, de sindicatos e assim por diante”.
Sobre todas as reformas que estão em andamento, Ferrari avaliou que “se não conseguirem implementar as reformas em tempo hábil, isto é, nos primeiros seis meses ou no primeiro ano será uma perda para o governo como um todo, entrando desgastado no seu segundo ano de mandato”.
De acordo com Ferrari, “um ponto positivo é que a economia saiu da sua fase de recessão e está tentando sair da fase da estagnação, isso não quer dizer, toda via que agora vamos entrar em um período de prosperidade. Teremos um crescimento modesto porque depende dessas reformas para você ter capacidade, produtividade e uma resposta de investimentos privados, ou seja, por mais que o mercado esteja confiante, animado com a nova agenda econômica, os investimentos em infraestrutura, os investimentos do setor produtivo, de certa forma, estão em compasso de espera”.
Para Ferrari, meteorologista e economista andam na mesma linha no quesito da previsão do futuro, mesmo que próximo: “a economia brasileira tem uma capacidade de crescimento melhor do que os últimos anos, mas ainda inferior do que se espera. A média de crescimento para os próximos anos, de agora, 2019, até 2022 é de 2,5%”.
A respeito das previsões, Ferrari apresentou alguns números:
Inflação: “2019 = [2,75%, 5,75%], target em 4,25%. Provável? 4,0% ou 4,25%; 2020 = [2,5%, 5,5%], target em 4,0%. Provável? 3,75% ou 4,0%; 2021 = [2,25%, 5,25%], target em 3,75%. Provável? 4,0% ou 4,25%; 2022 = [2,0%, 5,0%], target em 3,5%. Provável? 3,75% ou 4,0%”.
PIB: No biênio 2019-2020 um crescimento médio anual de 2,3% e no biênio 2021-2022 um crescimento médio anual de 2,8%.
Hipótese? “Estabilidade” do cenário interno e dificuldades no cenário externo.
Selic: 2019 = [6,5%, 7,0%]; 2020 = [7,25%, 7,75%]; 2021 e 2022 = [7,75%, 8,25%].
Hipótese? Selic real, média, de 3,1% (2019 e 2020) e de 3,8% (2021 e 2022).
Câmbio: 2019 = [R$ 3,65/US$ 1,00, R$ 3,85/US$ 1,00].
Próximos anos? Variação anual próxima (ou um pouco acima) à inflação, caso não ocorram choques externos.
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