As Projeções de Organismos Internacionais para a Economia Brasileira
2025-04-29 16:23:28Por Carlos Gilbert Conte Filho
As projeções para o crescimento da economia brasileira refletem um ambiente desafiador, tanto em termos internos quanto externos. Diversos fatores contribuem para a revisão para baixo das estimativas de crescimento, destacando a complexidade do cenário global e as dificuldades econômicas que o Brasil enfrenta. É nesse contexto que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziram suas previsões de crescimento para o país, enquanto as expectativas de inflação seguem altas impactando diretamente o poder de compra das famílias e as perspectivas de consumo.
Em abril de 2025, o Banco Mundial anunciou a redução da previsão de crescimento da economia brasileira para 2025, passando de 2,2% para 1,8%. Este ajuste reflete um contexto global mais incerto, com uma série de fatores que estão afetando tanto o comércio internacional quanto o fluxo de investimentos para o Brasil. Entre os principais fatores que influenciam essa revisão, destaca-se a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, a desaceleração da economia chinesa e as mudanças nas políticas monetárias dos países desenvolvidos, que têm impacto direto sobre os mercados emergentes.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e diversas economias, incluindo o Brasil, gerou uma série de restrições ao comércio global. Em particular, a tarifa de 10% imposta pelo governo dos EUA sobre uma série de produtos brasileiros tem dificultado a competitividade das exportações nacionais, especialmente em setores chave como o agronegócio e a indústria. A disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo impacta diretamente o Brasil, que é altamente dependente do comércio exterior para o seu crescimento.
Além das tarifas impostas pelos EUA, a desaceleração do crescimento da China tem efeitos negativos para o Brasil. A redução nas estimativas de crescimento do país asiático – de 5,4% para 4% para 2025 –, reflete os desafios internos enfrentados pela economia chinesa, como uma crise no mercado imobiliário e uma desaceleração no consumo. E isso também se reflete por aqui. A China é um dos principais parceiros comerciais do país, especialmente no setor de commodities. A redução da demanda chinesa por produtos brasileiros pode impactar diretamente as exportações brasileiras, levando a uma desaceleração nas receitas do comércio exterior e dificultando o crescimento.
A imensa maioria das exportações brasileiras está concentrada em produtos primários, como soja, café, carne e minério de ferro, setores que foram afetados pela escalada das tarifas e pelas mudanças nas políticas comerciais globais. Ocorre que o setor agrícola, que tem sido um pilar fundamental da economia brasileira, é particularmente vulnerável a essas mudanças, pois depende do acesso aos mercados internacionais, especialmente da China e dos Estados Unidos.
Nessa falange, o FMI (no mesmo tom do Banco Mundial) também revisou suas previsões de crescimento para o Brasil, reduzindo a expectativa de expansão para 2% em 2025, com uma projeção idêntica para 2026. O ajuste foi de 0,2% para baixo em relação às estimativas anteriores e está relacionado, segundo a instituição – além da conjuntura internacional citada anteriormente –, a fatores domésticos como a inflação elevada e a política de juros altos implementada pelo Banco Central. E nesse sentido, o Boletim Focus divulgado em 22 de abril também projeta um crescimento do PIB de 2% para 2025, alinhando-se com as projeções do FMI.
O governo brasileiro enfrenta uma série de desafios que complicam a busca por crescimento sustentável. A principal preocupação continua sendo a inflação, que tem impactado diretamente o poder de compra das famílias e a confiança do consumidor. A projeção de inflação para 2025 foi revisada para 5,57% no Boletim Focus, ligeiramente abaixo da expectativa anterior de 5,65%, mas ainda acima do teto da meta do Banco Central, que é de 4,5%. Esse cenário inflacionário elevado tem várias causas, incluindo o aumento dos preços de alimentos, combustíveis e o impacto da política monetária restritiva do governo.
Em resposta ao crescimento da inflação, o Banco Central tem adotado uma política monetária restritiva, que o fez elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, a maior desde 2016. A alta taxa de juros visa controlar a pressão inflacionária, mas também tem impactos negativos sobre o consumo e o crédito. O aumento do custo do crédito dificulta o financiamento tanto para empresas quanto para consumidores, restringindo o investimento e o consumo, dois motores importantes do crescimento econômico.
Não obstante, o Boletim Focus indica que a taxa de juros deve ser elevada para 15% até o final de 2025, em linha com as expectativas de um ajuste adicional para controlar a inflação. A combinação de juros altos, inflação elevada e restrições ao crédito forma um cenário de baixo crescimento para a economia, o que contribui para as revisões negativas nas projeções de crescimento.
Em linha com o Banco Mundial e o FMI, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também ajustou suas previsões para a economia brasileira, projetando um crescimento do PIB de 2,3% para 2025, ligeiramente acima das estimativas das instituições supracitadas. A CNI aponta que, apesar dos desafios globais e internos, a agricultura continuará a ser um setor importante para o crescimento, com uma previsão de expansão de 5,5% no setor agropecuário, impulsionada pela alta produção de commodities.
No entanto, a CNI também destaca a desaceleração dos outros setores (indústria e serviços). A indústria, especialmente a de transformação, deve ver uma desaceleração no seu ritmo de crescimento, passando de 3,8% em 2024 para 1,9% em 2025. A CNI também projeta um crescimento de 2% para o setor industrial, com destaque para uma desaceleração da construção, que deve passar de 4,3% para 2,2%. Já o setor de serviços deve crescer 1,8% em 2025, refletindo a desaceleração do consumo das famílias e o impacto da inflação.
Deve-se destacar que indústria está mais vulnerável a choques externos, como as tensões comerciais globais e os custos elevados do financiamento. A alta taxa de juros e as tarifas comerciais podem prejudicar a competitividade do setor industrial, que já enfrenta desafios estruturais, como a falta de investimentos em inovação e a baixa produtividade.
O setor de serviços, por sua vez, deverá continuar a crescer, mas com uma desaceleração no ritmo, dada a redução do poder de compra das famílias. A inflação elevada afeta o consumo, e setores como o varejo e os serviços – que dependem diretamente da demanda interna –, podem sentir os efeitos da desaceleração econômica. A confiança do consumidor também tem se mostrado frágil, o que pode impactar a recuperação da economia nos próximos anos. A CNI também faz uma previsão mais modesta para o mercado de trabalho, apontando que, embora a taxa de desemprego continue baixa, o ritmo de criação de empregos será mais lento.
Diante desse cenário, o PIB do Brasil deve continuar a crescer de forma moderada, mas as projeções para 2025 e 2026 indicam que o ritmo será mais lento do que o esperado. O mercado de trabalho, embora tenha mostrado sinais de recuperação nos últimos anos, ainda enfrenta desafios significativos (sobretudo na criação de empregos formais). A taxa de desemprego, que tem mostrado uma tendência de queda, ainda está em níveis elevados, e a recuperação do mercado de trabalho depende de uma série de fatores, incluindo o ritmo da recuperação econômica e o aumento da confiança dos investidores.
A recuperação do mercado de trabalho também é afetada pela falta de reformas estruturais no Brasil. A reforma tributária, a reforma administrativa e outras reformas econômicas são essenciais para aumentar a competitividade do país e garantir que o crescimento seja sustentável no longo prazo. No entanto, o ambiente político e as dificuldades fiscais dificultam a aprovação de reformas essenciais, o que limita as perspectivas de recuperação do emprego e da renda.
Um fator importante que influencia as projeções econômicas para o Brasil é a situação fiscal do país. O aumento da dívida pública – que recentemente superou 90% do PIB –, é uma preocupação crescente. O governo brasileiro tem buscado medidas para controlar os gastos públicos, mas a necessidade de investimentos em infraestrutura, saúde, educação e políticas sociais continuam a pressionar as finanças públicas.
Percebe-se, portanto, que as perspectivas para a economia brasileira são desafiadoras, com uma série de fatores internos e externos pesando sobre o crescimento. A revisão para baixo das projeções reflete um cenário global de incerteza, aumento das tensões comerciais e uma desaceleração no crescimento de economias chave, como a China. Além disso, a política monetária restritiva e os desafios fiscais internos contribuem para as dificuldades de recuperação.
No entanto, a agricultura continua sendo um pilar importante para a economia brasileira, e o país poderá aproveitar algumas oportunidades no comércio internacional, especialmente com os avanços no setor de agronegócios. As reformas estruturais, no entanto, permanecem essenciais para garantir um crescimento mais forte e sustentável no longo prazo. O Brasil precisará de ajustes fiscais e uma maior confiança política para enfrentar as adversidades e promover o crescimento frente a um cenário global de incertezas.
As projeções para o crescimento da economia brasileira refletem um ambiente desafiador, tanto em termos internos quanto externos. Diversos fatores contribuem para a revisão para baixo das estimativas de crescimento, destacando a complexidade do cenário global e as dificuldades econômicas que o Brasil enfrenta. É nesse contexto que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziram suas previsões de crescimento para o país, enquanto as expectativas de inflação seguem altas impactando diretamente o poder de compra das famílias e as perspectivas de consumo.
Em abril de 2025, o Banco Mundial anunciou a redução da previsão de crescimento da economia brasileira para 2025, passando de 2,2% para 1,8%. Este ajuste reflete um contexto global mais incerto, com uma série de fatores que estão afetando tanto o comércio internacional quanto o fluxo de investimentos para o Brasil. Entre os principais fatores que influenciam essa revisão, destaca-se a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, a desaceleração da economia chinesa e as mudanças nas políticas monetárias dos países desenvolvidos, que têm impacto direto sobre os mercados emergentes.
A guerra comercial entre os Estados Unidos e diversas economias, incluindo o Brasil, gerou uma série de restrições ao comércio global. Em particular, a tarifa de 10% imposta pelo governo dos EUA sobre uma série de produtos brasileiros tem dificultado a competitividade das exportações nacionais, especialmente em setores chave como o agronegócio e a indústria. A disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo impacta diretamente o Brasil, que é altamente dependente do comércio exterior para o seu crescimento.
Além das tarifas impostas pelos EUA, a desaceleração do crescimento da China tem efeitos negativos para o Brasil. A redução nas estimativas de crescimento do país asiático – de 5,4% para 4% para 2025 –, reflete os desafios internos enfrentados pela economia chinesa, como uma crise no mercado imobiliário e uma desaceleração no consumo. E isso também se reflete por aqui. A China é um dos principais parceiros comerciais do país, especialmente no setor de commodities. A redução da demanda chinesa por produtos brasileiros pode impactar diretamente as exportações brasileiras, levando a uma desaceleração nas receitas do comércio exterior e dificultando o crescimento.
A imensa maioria das exportações brasileiras está concentrada em produtos primários, como soja, café, carne e minério de ferro, setores que foram afetados pela escalada das tarifas e pelas mudanças nas políticas comerciais globais. Ocorre que o setor agrícola, que tem sido um pilar fundamental da economia brasileira, é particularmente vulnerável a essas mudanças, pois depende do acesso aos mercados internacionais, especialmente da China e dos Estados Unidos.
Nessa falange, o FMI (no mesmo tom do Banco Mundial) também revisou suas previsões de crescimento para o Brasil, reduzindo a expectativa de expansão para 2% em 2025, com uma projeção idêntica para 2026. O ajuste foi de 0,2% para baixo em relação às estimativas anteriores e está relacionado, segundo a instituição – além da conjuntura internacional citada anteriormente –, a fatores domésticos como a inflação elevada e a política de juros altos implementada pelo Banco Central. E nesse sentido, o Boletim Focus divulgado em 22 de abril também projeta um crescimento do PIB de 2% para 2025, alinhando-se com as projeções do FMI.
O governo brasileiro enfrenta uma série de desafios que complicam a busca por crescimento sustentável. A principal preocupação continua sendo a inflação, que tem impactado diretamente o poder de compra das famílias e a confiança do consumidor. A projeção de inflação para 2025 foi revisada para 5,57% no Boletim Focus, ligeiramente abaixo da expectativa anterior de 5,65%, mas ainda acima do teto da meta do Banco Central, que é de 4,5%. Esse cenário inflacionário elevado tem várias causas, incluindo o aumento dos preços de alimentos, combustíveis e o impacto da política monetária restritiva do governo.
Em resposta ao crescimento da inflação, o Banco Central tem adotado uma política monetária restritiva, que o fez elevar a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, a maior desde 2016. A alta taxa de juros visa controlar a pressão inflacionária, mas também tem impactos negativos sobre o consumo e o crédito. O aumento do custo do crédito dificulta o financiamento tanto para empresas quanto para consumidores, restringindo o investimento e o consumo, dois motores importantes do crescimento econômico.
Não obstante, o Boletim Focus indica que a taxa de juros deve ser elevada para 15% até o final de 2025, em linha com as expectativas de um ajuste adicional para controlar a inflação. A combinação de juros altos, inflação elevada e restrições ao crédito forma um cenário de baixo crescimento para a economia, o que contribui para as revisões negativas nas projeções de crescimento.
Em linha com o Banco Mundial e o FMI, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também ajustou suas previsões para a economia brasileira, projetando um crescimento do PIB de 2,3% para 2025, ligeiramente acima das estimativas das instituições supracitadas. A CNI aponta que, apesar dos desafios globais e internos, a agricultura continuará a ser um setor importante para o crescimento, com uma previsão de expansão de 5,5% no setor agropecuário, impulsionada pela alta produção de commodities.
No entanto, a CNI também destaca a desaceleração dos outros setores (indústria e serviços). A indústria, especialmente a de transformação, deve ver uma desaceleração no seu ritmo de crescimento, passando de 3,8% em 2024 para 1,9% em 2025. A CNI também projeta um crescimento de 2% para o setor industrial, com destaque para uma desaceleração da construção, que deve passar de 4,3% para 2,2%. Já o setor de serviços deve crescer 1,8% em 2025, refletindo a desaceleração do consumo das famílias e o impacto da inflação.
Deve-se destacar que indústria está mais vulnerável a choques externos, como as tensões comerciais globais e os custos elevados do financiamento. A alta taxa de juros e as tarifas comerciais podem prejudicar a competitividade do setor industrial, que já enfrenta desafios estruturais, como a falta de investimentos em inovação e a baixa produtividade.
O setor de serviços, por sua vez, deverá continuar a crescer, mas com uma desaceleração no ritmo, dada a redução do poder de compra das famílias. A inflação elevada afeta o consumo, e setores como o varejo e os serviços – que dependem diretamente da demanda interna –, podem sentir os efeitos da desaceleração econômica. A confiança do consumidor também tem se mostrado frágil, o que pode impactar a recuperação da economia nos próximos anos. A CNI também faz uma previsão mais modesta para o mercado de trabalho, apontando que, embora a taxa de desemprego continue baixa, o ritmo de criação de empregos será mais lento.
Diante desse cenário, o PIB do Brasil deve continuar a crescer de forma moderada, mas as projeções para 2025 e 2026 indicam que o ritmo será mais lento do que o esperado. O mercado de trabalho, embora tenha mostrado sinais de recuperação nos últimos anos, ainda enfrenta desafios significativos (sobretudo na criação de empregos formais). A taxa de desemprego, que tem mostrado uma tendência de queda, ainda está em níveis elevados, e a recuperação do mercado de trabalho depende de uma série de fatores, incluindo o ritmo da recuperação econômica e o aumento da confiança dos investidores.
A recuperação do mercado de trabalho também é afetada pela falta de reformas estruturais no Brasil. A reforma tributária, a reforma administrativa e outras reformas econômicas são essenciais para aumentar a competitividade do país e garantir que o crescimento seja sustentável no longo prazo. No entanto, o ambiente político e as dificuldades fiscais dificultam a aprovação de reformas essenciais, o que limita as perspectivas de recuperação do emprego e da renda.
Um fator importante que influencia as projeções econômicas para o Brasil é a situação fiscal do país. O aumento da dívida pública – que recentemente superou 90% do PIB –, é uma preocupação crescente. O governo brasileiro tem buscado medidas para controlar os gastos públicos, mas a necessidade de investimentos em infraestrutura, saúde, educação e políticas sociais continuam a pressionar as finanças públicas.
Percebe-se, portanto, que as perspectivas para a economia brasileira são desafiadoras, com uma série de fatores internos e externos pesando sobre o crescimento. A revisão para baixo das projeções reflete um cenário global de incerteza, aumento das tensões comerciais e uma desaceleração no crescimento de economias chave, como a China. Além disso, a política monetária restritiva e os desafios fiscais internos contribuem para as dificuldades de recuperação.
No entanto, a agricultura continua sendo um pilar importante para a economia brasileira, e o país poderá aproveitar algumas oportunidades no comércio internacional, especialmente com os avanços no setor de agronegócios. As reformas estruturais, no entanto, permanecem essenciais para garantir um crescimento mais forte e sustentável no longo prazo. O Brasil precisará de ajustes fiscais e uma maior confiança política para enfrentar as adversidades e promover o crescimento frente a um cenário global de incertezas.
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