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Inflação fecha 2023 dentro da meta

Por Carlos Gilbert Conte Filho

O índice oficial utilizado pelo governo para medir a inflação (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) fechou 2023 dentro da meta estabelecida. O resultado foi obtido mesmo com a aceleração do índice em dezembro, o qual apontou alta em todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados. O controle do processo inflacionário mantendo o IPCA dentro da meta estabelecida pela autoridade monetária abre espaço para novas reduções da taxa básica de juros.

Em dezembro, o IPCA apresentou aceleração ante a novembro, passando de 0,28% para 0,56% no mês de referência. Em relação a dezembro de 2022, por sua vez, houve redução, já que o índice apresentou alta de 0,62% naquela ocasião. Com o resultado de dezembro, o IPCA encerrou 2023 abaixo dos 5,79% registrados em 2022 e acumulou, ao longo dos últimos 12 meses, alta de 4,62% (gráfico 1). O resultado do IPCA de 2023 veio dentro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional que era de 3,25% podendo variar em 1,5% para mais ou para menos.

Em dezembro, todos os nove grupos que compõe o IPCA apresentaram alta. O destaque foi o grupo de Alimentação e Bebidas – grupo esse responsável pela desinflação de 2023 – que registrou a maior variação (1,11%) e o maio impacto (0,23%) no índice geral do mês. Houve aceleração tanto de produtos in natura como de comércio de alimentos. Além desse, o grupo Transporte registrou aceleração dos 0,27% de novembro para 0,48% em dezembro, repercutindo um novo aumento de 8,87% nos preços das passagens aéreas.

Ao longo do ano, contudo, o IPCA foi pressionado pelo grupo Educação (que avançou 8,24%), Transportes (7,14%) e Saúde e Cuidados Pessoais (6,58%) (gráfico 2).

Apesar do grupo Transportes apresentar o segundo maior aumento nominal (7,14%), esse teve o maior peso no índice geral, representando sozinho 1,46% dos 4,62% do IPCA. Nesse sentido, as variações do preço da gasolina foi o item que, sozinho, teve o maior impacto no índice (gráfico 3). Cabe ressaltar que a desoneração dos impostos federais que findou em 2023, repercutiu nos preços desse item ao longo do ano.

Ainda sobre as variações de preços ao longo de todo o ano, no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, a maior contribuição veio do plano de saúde (11,52% de alta e 0,43% no índice geral); enquanto no grupo Habitação, a principal contribuição veio da energia elétrica residencial (9,52% e 0,37% no índice geral).

Na outra ponta, ou seja, em relação aos itens que apresentaram pequena variação ou variação negativa, chama a atenção o resultado do grupo Alimentação e Bebidas. Apesar da alta dos preços desses itens ao longo dos últimos meses de 2023, o ganho no ano foi de apenas 1,03%, influenciado pela queda nos preços da Alimentação no Domicílio (-0,52% no ano). Esse foi o menor resultado para esse grupo desde 2017 (quando apresentou deflação de -1,87%). O resultado desse grupo de itens passa por uma junção de safras muito boas, com a redução de preços das commodities agrícolas no mercado internacional. O preço dos grãos – como soja e milho – também reduz os custos de ração animal, que impacta no preço de carnes além de melhorar a disponibilidade interna.

Desde 2020 o índice de preços não encerrava o ano dentro meta da inflação (mesmo que estejamos falando de um número próximo do teto da inflação). Ao longo de 2023, o IPCA desacelerou acima do esperado pelos analistas de mercado. Em janeiro de 2023, por exemplo, os especialistas previam que o IPCA fecharia 2023 em 5,31%, o que levaria, mais uma vez, ao não cumprimento da meta estabelecida pela autoridade monetária.

Um índice inflacionário dentro da meta é importante, pois corrobora para a economia em duas frentes: contribui com as despesas das famílias ao não onerar o orçamento; e permite a redução dos juros básicos (Selic). Em relação a esse último ponto, o mercado tem rearranjado para baixo a expectativa para a Selic ao fim de 2024. De acordo com o Boletim Focus, se até o início de dezembro o mercado apontava para uma Selic em 9,25%, agora a expectativa é de 9%. E uma Selic mais moderada impacta positivamente na economia, já que reduz o custo do capital e, assim ocorrendo, impulsiona os investimentos e o crescimento econômico.

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