Artigo

Produção da Indústria em 2024

Por Carlos Gilbert Conte Filho

Na esteira dos dados divulgado pelo IBGE acerca do PIB de 2023, a instituição também divulgou, nesse início de março, os dados referentes ao desempenho da indústria em janeiro de 2024. O setor – tido como a engrenagem mais importante para impulsionar e gerar crescimento da economia – apresentou redução de -1,6% no mês voltando a apresentar queda após cinco meses de alta (gráfico 1). Na comparação com janeiro de 2023, entretanto, houve avanço de 3,6%.

A retração do setor em janeiro foi mais forte do que a esperada pelos analistas que previam queda de -1,3%. Duas das quatro grandes categorias e seis dos 25 ramos industriais pesquisados pelo IBGE tiveram redução na produção de janeiro. Dentre as grandes categorias, bens de capital (5,16%) e bens de consumo duráveis (1,38%) tiveram alta; enquanto bens intermediários (-2,42%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,01%) apresentaram queda.

Dentre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram das indústrias extrativas (-6,3%) e dos produtos alimentícios (-5%). A primeira interrompeu dois meses consecutivos de avanço na produção, período em que acumulou alta de 6,7%. Já a segunda eliminou parte da expansão de 11,3% acumulada no período julho a dezembro de 2023.

Dentre os ramos de atividade da indústria, as contribuições negativas relevantes sobre o total do setor vieram de confecções de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%), de produtos têxteis (-4,2%). Por outro lado, entre as 18 atividades que apontaram expansão da produção, produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4%) e máquinas e equipamentos (6,4%) exerceram os principais impactos em janeiro de 2024.

Observa-se, portanto, que aparte do resultado negativo do setor da indústria no mês, há uma disseminação positiva alcançando 18 dos 25 ramos industriais pesquisados. Ou seja, a grande maioria dos ramos da indústria tem apresentado bom desempenho. Nessa falange, é importante salientar que o setor produtor de bens de capital voltou a apresentar crescimento após meses de retração. Logo, mesmo ante a retração do setor da como um todo em janeiro, economistas avaliam que a queda já era esperada e, ainda mais importante, de que há sinais de retomada que aparecem nos dados desagregados, uma vez que o comportamento da indústria foi desigual entre os setores (com grande parte dos ramos apresentando alta). Quando se compara com o período pré-pandemia, isso fica ainda mais latente. A indústria está atualmente 0,8% abaixo do nível pré-pandêmico, mas a indústria extrativa está operando 5,8% acima desse nível (enquanto a indústria de transformação operando 2% abaixo (gráfico 2)).

Dentre os fatores apontados para o desempenho da indústria está, mais uma vez, a taxa básica de juros. Há a esperança de que a queda dos juros favoreça alguns setores da indústria, dentre os quais o setor de bens de capital. Nesse sentido, a política de redução da Selic pela autoridade monetária é benéfica e torna as expectativas para o setor mais otimistas. A manutenção dos cortes de juros, além da taxa de câmbio bem-comportada e as políticas de estímulo à infraestrutura são elementos que colaboram para essa perspectiva, o que deve ocorrer a partir do afrouxamento das condições financeiras e creditícias no País ao longo do ano.

Ademais, o avanço da extração de petróleo e minério de ferro, além de uma maior demanda devido ao aumento da massa salarial e da inflação controlada no setor alimentício são componentes que devem impulsionar a indústria ao longo desse ano. Sendo assim, apesar do resultado pontual de janeiro, há uma visão otimista para 2024: analistas de mercado estimam crescimento de 1,2% para o setor da indústria este ano.

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